Fonte: http://hollywoodiano.blogspot.com/
1) 2001 – Uma Odisséia no Espaço (2001 – A Space Odyssey, 1968)
Direção: Stanley Kubrick
Dizem que Stanley Kubrick tentou fazer um filme definitivo para cada gênero. Até hoje, não há nada no cinema que possa ser comparado ao desafio intelectual e filosófico de 2001 – Uma Odisséia no Espaço. É uma obra-prima que intriga por oferecer perguntas e nenhuma resposta. Por isso, 2001 sobrevive ao tempo. Talvez Kubrick nem tenha respostas. Ninguém tem. Além de ser uma perfeita junção de imagem, música e som, o filme joga as dúvidas e os conhecimentos do Homem sobre Deus e a ciência nos limites do universo. Talvez as respostas estejam em cada uma das cenas de 2001. Nossa tarefa é perguntar eternamente. Entender 2001 seria como compreender a razão de nossa própria existência e prever para onde iremos.
2) Blade Runner – O Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982)
Direção: Ridley Scott
Ridley Scott deveria voltar a fazer ficção científica. Logo depois do primeiro Alien, ele se dedicou a Blade Runner, que é uma das últimas obras-primas do gênero. Filhote de Philip K. Dick (e Metropolis), o filme é a ficção científica mais reverenciada por público e crítica (ao lado de 2001). Mas não foi sempre assim. Na época do lançamento, ninguém deu muita bola para Blade Runner. Agora, ele é obrigatório. Ridley Scott riu por último. E continuará rindo: em breve, o diretor lança um DVD com a versão definitiva do clássico.
3) O Império Contra-Ataca (Star Wars – Episode V: The Empire Strikes Back, 1980)
Direção: Irvin Kershner
Star Wars vive no mundo da fantasia, mas não deixa de ser ficção científica. De 1980 a 1999, O Império Contra-Ataca era conhecido como o segundo filme da “trilogia sagrada” de George Lucas. Agora é o Episódio V, em que Irvin Kershner se saiu bem melhor do que Lucas na direção e entregou a maior aventura intergalática do cinema. O Império Contra-Ataca supera o original e, até hoje, é o melhor dos seis episódios de Star Wars. Entre outras qualidades, ele se destaca por ser uma espécie de tragédia shakespeariana no espaço.
4) E.T. – O Extraterrestre (E.T. – The Extra-Terrestrial, 1982)
Direção: Steven Spielberg
Quem nunca sentiu um pingo de emoção ao ver E.T. – O Extraterrestre precisa de um médico. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé. Steven Spielberg teve a idéia para E.T. durante as filmagens de Os Caçadores da Arca Perdida e, um ano depois, entregou uma das produções mais amadas (e imitadas) do cinema moderno. E.T. é pura magia. É a saga de um alienígena esquecido na Terra, que vê o nosso planeta com os olhos de uma criança. Todos nós sabemos que o mundo não é assim. E infelizmente, o pequenino E.T. também descobre a Terra vista pelos adultos. Antes de crescer, a imagem que fica na memória é a viagem de uma bela infância – como o vôo da bicicleta com a lua ao fundo em uma das cenas mais mágicas do cinema. É a emoção do primeiro beijo de uma criança em um momento que homenageia o beijo mais bonito das telas: John Wayne e Maureen O’ Hara, em Depois do Vendaval. Ainda não sei se o E.T. era apenas pequeno ou se ele era uma criança deixada pelos pais em um território desconhecido.
5) Guerra nas Estrelas (Star Wars – Episode IV: A New Hope, 1977)
Direção: George Lucas
George Lucas buscou inspiração nos pensamentos de Joseph Campbell, um dos grandes intérpretes da mitologia universal, para criar a saga da família Skywalker. Mas também teve que ler (e reler) O Senhor dos Anéis, além de estudar os filmes de Akira Kurosawa e John Ford. Guerra nas Estrelas pode ser visto como uma aventura espacial sobre a velha luta do bem contra o mal, mas Lucas jamais escondeu que sua verdadeira intenção foi inventar uma nova mitologia. É um divisor de águas na história do cinema. Star Wars salvou Hollywood financeiramente, mudou o conceito de efeitos visuais (e sonoros) para sempre e revolucionou gêneros como ficção científica, aventura e fantasia.
6) Contatos Imediatos do Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind, 1977)
Direção: Steven Spielberg
Antes de fazer E.T., Steven Spielberg tentou limpar a imagem ruim dos alienígenas. O público já estava acostumado a ver o cinema tratá-los como terríveis invasores e o diretor veio com essa mensagem pacifista. Na verdade, Spielberg sempre se preocupou com a visão errada dos norte-americanos sobre estrangeiros e outras raças. Muitos de seus filmes investigam esses preconceitos. Contatos Imediatos do Terceiro Grau é um pedido de Steven Spielberg pela paz mundial e, no caso do filme, universal. A música é uma ferramenta apaziguadora e a chave para a comunicação entre humanos e alienígenas. Hoje, Spielberg diz que faria um final diferente para o filme: Roy Neary (Richard Dreyfuss) jamais teria entrado na nave e deixado sua família para trás. Ainda bem que ele deixou seu lado infantil dominar sua razão.
7) Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971)
Direção: Stanley Kubrick
O cineasta Stanley Kubrick criou um futuro alternativo e absurdamente violento em Laranja Mecânica. Neste filme, o ser humano é alienado e capaz de cometer os piores crimes contra seus semelhantes. E a salvação não está nas mãos do governo. O Estado consegue ser ainda mais perverso do que o delinqüente Alex (Malcolm McDowell). O jovem não tem apenas a sua mente violentada, mas sua alma é arrancada do corpo. Impotente, ele não representa mais uma ameaça ao Estado. Mas também não reage contra qualquer ato de violência nas ruas. Só que nada é eterno – nem mesmo o resultado desta experiência. Alex voltará a ser o que era. Ou talvez acorde como um homem ainda mais violento. E qual é a pior violência? A que vem de dentro para fora (o indivíduo) ou a que vem de fora para dentro (o Estado)? É um futuro cruel imaginado por Kubrick, mas o que ele queria mesmo era fazer uma crítica política e social. Com isso, ele fez de Laranja Mecânica um filme eternamente atual.
8) O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968)
Direção: Franklin J. Schaffner
Em O Planeta dos Macacos, o futuro é passado. Como os dinossauros, o Homem já teve sua chance. Não basta evoluir a mente e o espírito com conhecimento. O ser humano não se contenta com pouco e tem sede de poder. O que ele não sabe é que (aos olhos de Deus) jamais deixará de ser um macaco. A vida é um ciclo e para voltar ao domínio, o Homem terá que fazer por merecer. Neste filme, os símios ainda são primitivos, mas conseguem ser mais inteligentes do que o bicho homem. É a teoria da involução avisando que só andamos para trás. E é assim até hoje. É uma visão assustadora para um futuro inevitável. Em 1968, o diretor Franklin J. Schaffner não precisou de efeitos visuais impressionantes para dizer tudo isso. E ainda entregou um dos finais mais surpreendentes do cinema.
9) Alien – O Oitavo Passageiro (Alien, 1979)
Direção: Ridley Scott
O primeiro Alien é ficção científica, mas acima de tudo é puro terror. Ridley Scott realizou o filme mais claustrofóbico de todos os tempos. E logo numa época em que o cinema voltava a ver os extraterrestres como visitantes pacíficos (Contatos Imediatos do Terceiro Grau foi lançado dois anos antes). No mundo de Alien, ninguém pode ouvir você gritar por socorro no espaço. É curioso como conseguiram imaginar um alienígena que precisa de um outro corpo para gerar um filhote. É original, assustador e brilhante. Mas a idéia mais maligna do filme é imaginar o Homem como uma raça pior do que o terrível ser gosmento que mata cada um dos tripulantes da nave Nostromo. Tirando Sigourney Weaver, claro, que ganhou seu devido reconhecimento em Hollywood. Quem ainda não viu Alien – O Oitavo Passageiro pode estranhar, já que o filme foi imitado por inúmeras vezes. Até mesmo por suas seqüências – tirando a espetacular segunda parte dirigida por James Cameron.
10) O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951)
Direção: Robert Wise
KLAATU-BARADA-NIKTU! Quem é fã de ficção cientifica não precisa de tradução para essa frase. Em 1951, antes de dirigir A Noviça Rebelde, Robert Wise filmou O Dia em que a Terra Parou, uma verdadeira pérola do gênero. Klaatu (Michael Rennie), um alienígena com rosto 100% humano, avisa que a Terra está cada vez mais perigosa para seus habitantes (e para outros planetas). Ele quer que a raça humana se comporte e dê um fim na violência contra os próprios irmãos. Mas se o Homem continuar fazendo guerras, Klaatu providenciará o apocalipse. É um ultimato pela paz. Só assim para aprendermos.